João Gabriel Madeira Pontes

João Gabriel Madeira Pontes nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1992, e nela sempre morou. É filho de um contador e de uma funcionária pública. Estudou a vida inteira no Colégio de São Bento, tradicional liceu católico que, entre tantas outras peculiaridades, só aceita meninos como alunos. Desde 2011, cursa Direito na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

O surgimento da escrita enquanto produção artística remete ao início de sua adolescência, época de amadurecimento de leituras. Assim, pode-se dizer que, entre hiatos, João Gabriel Madeira Pontes escreve poesia desde os 14 anos. Todavia, jamais antes havia percebido que, juntos, alguns de seus poemas compunham um eixo temático coerente. A ideia de publicar um livro surgiu precisamente no momento em que o autor passou a notar essa pertinência de conteúdo.

Acerca de seu modo de criação, trata-se de um processo que se inicia de maneira eminentemente intuitiva. Tudo nasce da íntima percepção de que certo tema o incomoda. A partir daí, surge a vontade, quase febril, quase fisiológica, de passar esse “tudo”, que é uma abstração de fontes e de experiências, para o papel. O autor parte, portanto, do diáfano dos sentimentos à racionalização, à formalização, que, para ele, é a mais difícil das etapas. A seu ver, em qualquer processo de criação poética, a escolha das formas, embora subjetiva, nunca pode ser leviana. Por isso, ao se conceber determinado poema, deve-se procurar sempre aliar o corpo de seus versos a seu objeto material, a seu conteúdo.

Indiscrição é, em linhas gerais, uma coletânea de poemas, em cujas páginas estão traduzidas algumas das principais preocupações do autor: da influência que a passagem inexorável do tempo exerce sobre os homens à necessidade de se encarar toda expressão artística como uma manifestação de revolta, de inconformidade, vez que arte é, sobretudo, sedição.

 

Sobre a obra: Nas palavras do poeta, ensaísta e exímio sonetista Caio Cardoso Tardelli: “O poeta João Gabriel Madeira Pontes, em sua obra poética, talvez cometa a maior deselegância para um leitor vivente no século XXI: perscrutar-se. Em tempos de autoajuda, de emoções guiadas nos rasos clichês otimistas, observamos um poeta que não tem medo de divagar sobre si mesmo e sobre a condição humana.”

Indiscriçãode João Gabriel Madeira Pontes, é uma palpitante coletânea de poemas, na qual o trovador, ao combinar elementos concretos, abstratos e sensoriais, revela-se um verdadeiro tecelão de sonhos. É uma ciranda de imagens psicológicas e metafísicas, que ilustram – em tom, por vezes, surrealista – temas profundos e universais, como a solidão, a passagem do tempo e a relação do homem com a morte.

Cadeia de estrofes que nasce da força da intuição para, enfim, ganhar corpo nas mãos hábeis do artista, Indiscrição desfila por diversos planos inesperados e mostra que a poesia é, de fato, uma mistura tóxica de tédio, desespero e inconformidade. Sempre amparado por suas influências literárias, João Gabriel Madeira Pontes aventura-se além das fronteiras convencionais entre prosa e verso, alcançando, assim, o estágio de liberdade de uma lírica vibrante e destemida.