Larissa Gonçalves

Larissa Gonçalves é operária da Arte e trabalhadora da Palavra, mostra-se como uma livre experimentação continuada de diferentes linguagens poéticas e artísticas, atua em saraus e slams de poesia desde 2014 e está em processo de feitura do seu primeiro livro, intitulado “CICLOS”. Gestado entre afetos, fortalecimento do feminino, enfrentamento ao frio do mundo e muito trabalho de base tendo a arte como ferramenta política de (re)construção de histórias e narrativas, esse trabalho é resultado da substância do vivido por Larissa e por muitas companheiras de luta, entre elas, Francine Zaunrith, ilustradora do livro, que também, em sua manifestação entre o papel e o lápis, traduz as contradições do sistema em que estamos inseridos.

Sobre a obra: “CICLOS” é um convite para (M)ergulhar nas contradições do cotidiano, construindo uma poética que dança entre afeto, resistência, enfrentamento e ancestralidade. As experiências são os embriões de cada poesia, gestado por tantos ventres, entre tantas histórias e lutas. Já a palavra é território de pertencimento, referenciada pelo Axé, proferida pela garganta desentalada que diz: Poesia liberta Poesia liberta.

O livro segue o satélite natural da terra, a Lua e suas fases, partindo da Lua Nova e daquilo que muitos ainda insistem em não ver: o chão desigual que o capitalismo produz. Já a Lua Crescente desponta no céu ¼ da sua totalidade resgatando em seguida a ancestralidade que nos fortalece. É chegada a Lua Cheia, transbordando os afetos e paixões do corpo. Até que o ciclo termina e a Lua Minguante, sob a sombra, despe as intimidades da violência de gênero.

“CICLOS” é fruto de um parto coletivo, Sangue e suor de (M)uitas (M)ulheres. É seiva que, feito o rio, (M)arca, (M)ancha e fertiliza por onde passa, Com M Maiúsculo, reitera um dos seus versos.