Luiza Pastor

Jornalista formada pela ECA-USP, a paulistana Luiza Pastor trabalhou nas principais redações brasileiras no eixo São Paulo-Rio-Brasília. Foi repórter, editora e colaboradora dos jornais O Globo, Gazeta Mercantil, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, Valor Econômico e das revistas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro e Exame, principalmente nas editorias de Economia e Política, mas também como crítica de literatura (IstoÉ).

Estreou como contista na coletânea Assim escrevem os Paulistas e publicou poemas na coletânea Elas são de Marte – Mulheres sem Censura. O interesse pelo universo BDSM (Bondage, Dominação e Sadomasoquismo), que é de certa forma marginalizado pelo mercado editorial, não contando com publicações de qualidade voltadas para um público que cresce a cada dia, começou há 11 anos, com uma discussão casual sobre os temas dor e êxtase. Assim nasceu Legenda erotica.

Sobre a ilustradora: Nascida em Brasília (DF), a artista plástica Paula Chimanovitch é formada em artes visuais pela Unicamp e tem na discussão das questões de gênero e sexualidade o principal foco de seu trabalho.

Sobre a obra:

Legenda Erotica conta as experiências sexuais de uma jornalista e acadêmica solteira no mundo BDSM – sigla que engloba as práticas de Bondage, Dominação e Sadomasoquismo. Nas conversas que mantém pela internet, ela usa o nickname de Teresa, que diz homenagear Sta. Teresa de Ávila, a “Doutora da Igreja” que buscava o êxtase na união com o Divino.

As práticas e expressões eróticas dão o tom da obra, que foi escrita a partir de mais de uma década de observação da autora por dentro do universo fetichista e seus praticantes. As ilustrações ficaram por conta da artista Paula Chimanovitch, que é também filha de Luiza e produziu verdadeiras obras de arte para criar as imagens do livro.

O título é referência a uma obra citada no texto, Legenda Aurea, de Jacopo di Varazze, que contava em detalhes a vida dos santos existentes até o século 14, com ênfase nas torturas por eles sofridas. O paralelo com o fanatismo religioso e a busca do prazer pela mortificação da carne é constante no livro, que cita várias práticas fundamentalistas católicas e mostra um pouco do funcionamento do mundo BDSM, como relatado por iniciados e praticantes, que ajudaram em sua revisão.