Mailson Soares
Licenciado em Letras pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Mailson Soares é ator e cenógrafo formado pela Escola de Teatro e Dança da UFPA (ETDUFPA); Foi bolsista do Projeto de Pesquisa: Memória da Dramaturgia Amazônida - construção de acervo dramatúrgico; É, também, membro da comissão organizadora do Seminário Internacional de Dramaturgia Amazônida;
Dramaturgo e diretor teatral, integra a "Cia Avuados de Teatro", onde também é fundador; Atua como professor de cursos e oficinas de Teatro, Teatro e Música, Teatro e Literatura, Leituras Dramatizadas, Leitura e Produção Textual.
Sobre a obra: A dramaturgia intimista de Mailson Soares permeia os quatro textos de ato único que compõe esta obra. As personagens, que por vezes parecem falar a si mesmas, conduzem diálogos reflexivos sobre a existência, as inquietações, os sentimentos intensos e os demônios interiores de cada um. O cenário da vida privada, quase sempre envolto em quatro paredes, é a ambientação dos dramas, que têm como foco as relações humanas.
Em Divisa, dois personagens sem nome, identificados apenas como A e B, vivem um amor intimista na fronteira entre o saber e o não saber, o querer e o não querer, indagando-se mutuamente sobre as certezas e incertezas que cercam a relação, sempre deixando ao leitor as reticências das palavras e gestos.
O mais subjetivo dos textos é "m algum lugar de mim"; nele, três personagens, também denominados A, B e C, conversam em uma noite chuvosa quando, sem sono e solitários em algum lugar no meio do nada, um deles quebra a rotina afirmando ter avistado alguém nas proximidades. Fragmentos e memórias de infância emergem no diálogo reticente e evasivo de uma história angustiante e ao mesmo tempo nostálgica de elos perdidos, sonhos se desfazendo e uma pitada de vontade de recomeçar
A obra "Bem perto do paraíso" conta o drama de dois irmãos, Frederico e Mário, que se reencontram depois de muitos anos afastados, na véspera do casamento de Fred. Os sentimentos do passado e as situações conflituosas que provocaram a ida de Mário para longe do irmão e da mãe vêm à tona neste reencontro. A mediação da mãe e suas revelações surpreendentes levam a história a um desfecho inesperado.
O último texto, "A videira - Exercício nº 1", narra o cotidiano de um casal que vive uma típica história de adultério protagonizado pela amante sensual. O triângulo “desamoroso” aos moldes da dramaturgia rodriguiana reafirma o estilo auto reflexivo dos textos que compõe a obra.