Miro Ribeiro

Natural da cidade de Macaparana, interior de Pernambuco, Miro Ribeiro atualmente mora na cidade do Recife. Em sua intensa inquietação como bom leonino com lua em peixes, se utiliza de várias linguagens artísticas para se conectar com as pessoas e com o mundo. É músico, compositor, ator, diretor, escritor, cordelista, produtor cultural e arte-educador. Quando consegue, ainda é menino que corre descalço pelas margens dos rios da cidade que nasceu.

Licenciado em Música pela Universidade Federal de Pernambuco, Miro Ribeiro começou sua iniciação musical em bandas marciais e fanfarras, mas iniciou formalmente seus estudos musicais no CEMA (Centro Cultural Moraes de Andrade) indo depois para a Escola de Artes João PE, Centro de Criatividade Musical do Recife e Conservatório PE de música. Estudou teatro pela escola de Artes João PE e cursos de extensão pela UFPE, tendo aprimorado técnicas em grandes festivais pelo país. Tem trabalhado na direção musical e preparação vocal de grupos e bandas da cena pernambucana e como arte-educador em vários projetos sociais voltados para inclusão social a partir da arte-educação, como o Instituto Peró, Instituto de Música Dom da Paz, Colégio Souza Leão e escola de Artes João PE, o qual também foi aluno.

É membro fundador do Grupo de teatro Longânime, o qual atua como diretor, ator e dramaturgo desde 2005. É pesquisador no NUPETI- (Núcleo de Pesquisa em Teatro para Infância) no Instituo Benfica-UFPE. Entre seu principais trabalhos no teatro destacam-se: Chuva Chuvarada; Dias sem Sol; Um menino num rio chamado tempo; A caixa Encantada; O claro caminho de Clara; Os sertões; Adoleta, era uma vez Um Cravo e o Senhorito Borboleta. Como escritor, tem livros de poesias e textos publicados, além de cordéis e diversas dramaturgias escritas e encenadas

Sobre as obras: 

Para criança meter o nariz: Com uma sociedade que vem modificando os hábitos culturais e a forma de pensar, podemos questionar qual o papel que é “servido” à criança dentro dessa nova realidade. As crianças são seres pensantes, inteligentes, podem e devem estar conscientes das mudanças sociais e das questões ligadas ao que é inerente ao existir: sentir.

Partindo dessa premissa, Para criança meter o nariz: Novo teatro para infância e juventude reúne três dramaturgias que abordam questões pouco discutidas com a criança, tais como o machismo, violência contra mulher, questões de gênero, ganância, preconceitos e morte. Os temas são abordados com muita sensibilidade e sem o didatismo “infatilóide” imposto normalmente nas obras dramatúrgicas para infância e juventude, mostrando que é possível conversar com a criança sobre qualquer coisa, trabalhando o desenvolvimento de sua capacidade crítica e ampliando sua visão de mundo.

Os textos são dinâmicos e podem ser lidos e montados na escola, por grupos amadores e/ou profissionais, com poucos ou muitos atores, podendo ser encenado como simples leituras dramáticas ou transformados em grandes musicais já que a obra vem acompanhada pelas cifras e partituras compostas pelo autor. É uma obra forte e sensível, politizada e poética, dramática e afetuosa, educativa, mas não didática. Merece ser apreciada vagarosamente como uma brincadeira de roda, divertida, mas que necessita atenção. Uma leitura imperdível!

Poeme-me: As palavras são gritos que ecoam nos ventos de outono, doem no frio de inverno, nascem na primavera e se aquecem no verão. É possível morrer e ainda assim viver. As poesias são estações que cumprem seu papel cíclico: O de matar e o de ressuscitar todos os dias e em circunstâncias diversas. É impossível ficar imune aos versos de uma poesia. Elas são dores que latejam no fundo da alma, a cura para o descompasso acelerado do coração, uma flor que brota na morte de uma semente. Preenche o vazio e esvazia o que já transbordou. Poeme-me, diz-se também: Transborde-me de poesia, seja meu verso de dor, de amor, de existir, de resistir. É um livro que contempla a transcendência das emoções. A poesia é se não as dores e os amores dos jardins de invernos, do Sol que rasga as madrugadas. Poeme-me, é o eco da alma gritando em forma de poesia.