
Algaravia Garatuja, de Rodrigo Santiago

Modelo:978-85-5565-062-8Disponibilidade: Imediata
A priori, o leitor pode pensar tratar-se de um título redundante, será necessário ele avançar na leitura para desvendar a finalidade do autor ao justapor como título deste livro de poesias duas palavras cujas acepções muito se assemelham. A justaposição das palavras que intitulam a obra tem efeito sinérgico, extrapolando o que cada uma solitariamente conseguiria conotar, visto que servem de logogrifo para o surgimento da arara, a qual, após nascer literalmente das suas “costelas”, ganha vida própria e passa, por sua vez, a criar e enunciar sons, ininteligíveis a si mesma, embora pareçam, algarávica-garatujamente, palavras aos seres humanos. Para muitos leitores contemporâneos, a poesia exerce, ao mesmo tempo, um papel de encantamento, de surpresa e até mesmo de temor. A poesia, desde os tempos gregos, acarretou significações a que podemos chamar de strictu sensu e lato sensu. Será possivel unir em uma comunhão com caráter atemporal os dois sentidos da poesia? E, talvez, essa interrogação possa ser respondida com serenidade pelos leitores de Algaravia Garatuja, de Rodrigo Santiago. O poeta-médico – como outros poetas brasileiros do início do Século XX. - residente do Acre, demonstra um domínio do estro criador raro para os nossos bardos atuais. O fato de Rodrigo dominar tanto as formas clássicas – como o soneto – quanto às configurações modernas – como as concretistas – confirma como a sua obra não é resultado do acaso ou de um mero brainstorm, mas um deságue coerente e profundo da lírica e da poética.