
Sobre coisas, de Mara de Aquino

Modelo:978-85-66179-25-5Disponibilidade: Imediata
Uma coisa dentre várias logo nos coloca diante da poesia de Mara de Aquino - ela é humana e, sobre todos outros pretextos possíveis, para a poesia, basta-lhe apenas ser. O resto é estilhaço da nossa condição de viventes, outra espécie de predadores. O que poderemos encontrar dentro de uma obra em que apenas 'coisas' nos sugere o título? Qual é a 'coisa', fundamentalmente? E nos importam as coisas? Essas inquietações, típicas de uma poetisa dos olhos horizontais, sugerem o lado humano cáustico. O caos não é apenas a tempestade, é também a ternura. É sobre o 'Homem-Coisa' que fala essa poesia sarcástica e mordaz. Essa 'coisa' que nos deixamos ser, na fúria dos tempos da carne... A poetisa fartou-se de tudo, mas ainda quer se encontrar num mundo em que os negócios fazem os homens, não o contrário. A discussão de problemas atuais não só revela a sensibilidade de Mara, mas o poder materno e a globalidade. Enfatiza ao máximo que a poesia não tem lugar - a fronteira foi inventada no mapa. A alma tranquila que escreve essas poesias não se compara à tempestade que nos evade ao ler seus versos. Tudo tem efeito contrário quando lemos 'Sobre Coisas'. E, nessa tranquilidade, Mara de Aquino pode dizer o que vem da alma sem temer a dor e a lágrima. Ela não suaviza, nem sossega. O sossego é o ofício de não ser. Entendemos, por meio de suas poesias, que estamos à procura da cura da morte. Porém, na verdade, falta-nos primeiro a cura da vida.