Vilas, Ruelas e Outras Quebradas, de Altair Almeida

Assim como um repórter fotográfico, Altair Almeida nos apresenta um texto que me lembra um retrato em branco e preto, em sua primeira parte, e uma fotografia em cores, na segunda. A força narrativa advinda de fatos ordenados cronologicamente dá ao texto das páginas que compõem a primeira parte deste livro e se presta a uma exposição fotográfica que obedece com rigor a vida do autor. O tom memorialista, porém, não destitui o texto do valor porque se sente a intromissão crítica do narrador adulto a completar a sequência dos fatos selecionados. De personagens tiradas do dia a dia memorialista, contidas na primeira parte, chegamos a uma segunda fase em que estas personagens tomam um maior corpo e se universalizam como só a boa literatura consegue fazer. Foi uma enérgica passagem de fotos e portanto em duas dimensões, pessoais, em branco e preto, coladas no álbum das memórias do autor para uma coleção atualizada de personagens coloridas e em três dimensões, extrapolando as dimensões de altura e largura dadas anteriormente para propiciar a profundidade que cada personagem mereceu. Rossalie Gallo y Sanchez